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quinta-feira, 23 de outubro de 2008


Eloá e Nayara: sequestro é culpa de quem?


Recebi o excelente texto, que publico abaixo na íntegra, numa tentativa de mostrar à sociedade quem é o verdadeiro culpado do sequestro de Eloa e Nayara?

Procura-se um culpado para o caso Eloá versus Lindemberg

Já participei de vários cenários de crises penitenciárias (embora tenham suas peculiaridades, mas cenários de crises se assemelham), onde tínhamos reféns e possíveis vítimas (termos técnicos com diferenças substanciais) para com a manutenção das vidas humanas envolvidas no cenário da crise.

A Doutrina de Gerenciamento de Crise adotada pelo Brasil recomenda que somente no último caso se deva fazer uma resolução tática da crise, sobretudo debelando o ponto crítico com vista a salvar as vidas de todos os envolvidos. A ordem técnica é negociar, negociar e negociar... Mesmo que isso demande bastante tempo (o suficiente para que a resolução seja pacimoniada com vidas salvas de todos os lados), mas este fator é fundamental para que o ânimus do (s) provocador (es) do evento crítico (pec), possa cair na real e se comece a dar sinais de racionalidade da irracionalidade externada, afora os pontos correlatos a cansaços físicos, fome etc. como estratégias intermediárias.

E mais: mesmo que dure mais dias, pois isso também ajuda a estabelecer a famosa Síndrome de Estocolmo nas pessoas dos reféns e/ou vítimas. O que, poderá, de alguma forma facilitar nas negociações já que o pec e suas “garras” passam a se verem como iguais diante do quadro estabelecido.

É evidente que crucialmente o isolamento do ponto crítico, passa a ser 99% da resolução do conflito, sobretudo em evitar qualquer forma que se crie palco ou palcos para o (s) provocador (es) de evento, de forma que o vazio diante do quadro, procura, o tal pec, profundamente valorizar quem esteja na qualidade de refém, justamente para que ele saísse da situação criada imune a uma eventual ação policial, dentre outras razões. O que, diante do caso acima, vimos que tão logo o Lindemberg se vira diante de entrevistas em rede nacional, formou-se, irresponsavelmente, verdadeiros palcos de “sucessos” e “outras” garantias para que ele arriscasse e pusesse em prática seu macabro plano de vingança, inconsciente, de destruir sua doente paixão recolhida e rejeitada pela Eloá.

O certo é que não se tem exatidão para com a resolução do evento, pois, nada no cenário sugere o uso de uma lógica mecanizada ou instrumentalizada, mas de produtos de inúmeras subjetividades a serem em tempo recorde interpretadas pelo negociador ou quem estiver fazendo sua vez, daí, as incertezas dos resultados. E os perigos latentes.

Aos desavisados, desinformados e irrealistas, é preciso saber que, por mais preparado que estejam os policiais que farão parte do Gerenciamento da Crise, todos, sem exceção, passam por inúmeras pressões mediante cobranças internas e externas, muitas vezes de oportunistas de plantão, cujo sucesso basicamente está vinculado a interesses de ordem pessoal em detrimento do coletivo, notadamente das próprias vidas que ali estão em jogo, de resolução como espetáculo para um “grande noticiário para o dia seguinte”.

Tive a sorte, coragem e muita fé em Deus nos 10 (dez) casos de gerenciamentos realizados aqui no Maranhão, mas, a cada um que se passou em minha vida profissional, praticamente um pedaço de mim, e acredito, dos colegas que me auxiliaram e tinham consciências do compromisso com as vidas de todos que estavam fazendo parte dos cenários “administrados”, ficaram nos locais e em nossos subconscientes por eternas lembranças que, tão pouco se apagarão as horas e/ou os dias vividos de tantas tensões passada.

Portanto, apontar erros de forma destrutiva para se arranjar um culpado, é simplesmente desencorajar todos aqueles que, de uma forma ou doutra, sempre estará em prontidão para incertos e inúmeros outros casos que poderão suscitar numa sociedade extremamente criminógena e doente como a nossa, ou seja, a Polícia como um todo.

Há de se rezar pela Eloá ante a sentida partida com permanências em fortes e irreversíveis lembranças, pela recuperação da Nayara (fonte principal para elucidação de todo o acontecido antes do nefasto desfecho), pelos seus familiares, pelos policiais que participaram do evento acontecido, e até mesmo pelo Lindemberg que, dentro da irracionalidade humana externada, mostrou-nos que somos todos caixas de surpresa, sobretudo porque conduzimos o germe da irracionalidade adormecida em todos nós. Assim, acredito ainda que deixaríamos a hipocrisia de se ver mais uma vez nesse imenso Brasil, a procura desenfreada dos culpados no desfecho nefasto ocorrido na situação acima. De maneira que, de uma forma sistêmica (e não passional), se quisermos realmente procurar culpados, tenhamos a autenticidade de simplesmente antes de tudo, nos olharmos diante de um espelho, facilmente encontraremos o culpado maior: todos nós mesmos que fazemos e compomos a sociedade pós-moderna que trás consigo suas agudas formas de expressões irracionais!!!

Por Sebastião Uchoa
Delegado de Polícia Civil no Maranhão
Email: uchoa39@yahoo.com.br

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Polícia de AL suspeita que pai de Eloá seja foragido

Em meio ao drama do seqüestro de Eloá Cristina Pimentel, a Polícia Civil de Alagoas acredita ter encontrado um foragido acusado de participar do assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa: o fugitivo seria o pai da adolescente. Durante o seqüestro em Santo André, o pai da vítima, Aldo José da Silva, passou mal e apareceu nas redes de TV carregado numa maca. Para a polícia, o homem socorrido é, na verdade, o ex-cabo da Polícia Militar (PM) de Alagoas, Everaldo Pereira dos Santos, um dos réus no processo do crime, ocorrido em 1991.

Na época do crime, em Maceió, além do delegado, foi morto também seu motorista Antenor Carlota. O promotor de Justiça Luiz Vasconcelos, que atua na 9ª Vara Criminal, disse que "oficiosamente" está confirmado: Aldo na verdade seria o nome falso do ex-cabo Everaldo, que teria sido expulso da PM por envolvimento na "gangue fardada", responsável por vários crimes de pistolagem, roubos de carros e assaltos em Alagoas, sob o comando do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante, que encontra-se preso no presídio militar do Rio de Janeiro.

Além do ex-cabo Everaldo e do ex-tenente-coronel Cavalcante, figuram como réus no processo do caso Ricardo Lessa: Valdomiro dos Santos Barros, Valmir dos Santos, José Carlos de Oliveira, José Luiz da Silva Filho, Aderildo Mariz Ferreira, Cicero Felizardo dos Santos, Edgar Romero de Morais Barros. Segundo o promotor Luiz Vasconcelos, contra Everaldo consta inclusive um mandado de prisão reeditado em 21 de julho de 2008, pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal do Fórum de Maceió, a respeito do assassinato de Ricardo Lessa.

"O trabalho da Justiça foi feito, foi expedido um mandado de prisão, agora cabe à polícia cumprir a parte dela, entrando em contato com São Paulo para confirmar se esse Aldo é mesmo ex-cabo Everaldo", afirmou Luiz Vasconcelos, acrescentando ainda que tomou conhecimento que a família do ex-cabo Everaldo teria confirmado que o ex-militar seria o pai da garota Eloá. "Por isso que o pai não queria aparecer, só a mãe da garota aparecia. Como não compareceu ao velório, pode ser até que esteja foragido de novo", acrescentou o promotor.

Everaldo Pereira residia em Maceió, quando deixou a capital alagoana com a família e seguiu para o ABC paulista. Durante as mais de 100 horas em que a filha esteve em poder do seqüestrador, Aldo, como é conhecido em São Paulo, só foi visto quando foi atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).