Polícia de AL suspeita que pai de Eloá seja foragido Em meio ao drama do seqüestro de Eloá Cristina Pimentel, a Polícia Civil de Alagoas acredita ter encontrado um foragido acusado de participar do assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa: o fugitivo seria o pai da adolescente. Durante o seqüestro em Santo André, o pai da vítima, Aldo José da Silva, passou mal e apareceu nas redes de TV carregado numa maca. Para a polícia, o homem socorrido é, na verdade, o ex-cabo da Polícia Militar (PM) de Alagoas, Everaldo Pereira dos Santos, um dos réus no processo do crime, ocorrido em 1991.
Na época do crime, em Maceió, além do delegado, foi morto também seu motorista Antenor Carlota. O promotor de Justiça Luiz Vasconcelos, que atua na 9ª Vara Criminal, disse que "oficiosamente" está confirmado: Aldo na verdade seria o nome falso do ex-cabo Everaldo, que teria sido expulso da PM por envolvimento na "gangue fardada", responsável por vários crimes de pistolagem, roubos de carros e assaltos em Alagoas, sob o comando do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante, que encontra-se preso no presídio militar do Rio de Janeiro.
Além do ex-cabo Everaldo e do ex-tenente-coronel Cavalcante, figuram como réus no processo do caso Ricardo Lessa: Valdomiro dos Santos Barros, Valmir dos Santos, José Carlos de Oliveira, José Luiz da Silva Filho, Aderildo Mariz Ferreira, Cicero Felizardo dos Santos, Edgar Romero de Morais Barros. Segundo o promotor Luiz Vasconcelos, contra Everaldo consta inclusive um mandado de prisão reeditado em 21 de julho de 2008, pelo juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal do Fórum de Maceió, a respeito do assassinato de Ricardo Lessa.
"O trabalho da Justiça foi feito, foi expedido um mandado de prisão, agora cabe à polícia cumprir a parte dela, entrando em contato com São Paulo para confirmar se esse Aldo é mesmo ex-cabo Everaldo", afirmou Luiz Vasconcelos, acrescentando ainda que tomou conhecimento que a família do ex-cabo Everaldo teria confirmado que o ex-militar seria o pai da garota Eloá. "Por isso que o pai não queria aparecer, só a mãe da garota aparecia. Como não compareceu ao velório, pode ser até que esteja foragido de novo", acrescentou o promotor.
Everaldo Pereira residia em Maceió, quando deixou a capital alagoana com a família e seguiu para o ABC paulista. Durante as mais de 100 horas em que a filha esteve em poder do seqüestrador, Aldo, como é conhecido em São Paulo, só foi visto quando foi atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).